sábado, 22 de setembro de 2007

Caminhos de Santiago



Porto – Santiago de Compostela (Dia 1)
- O passeio estava marcado para os dia 12,13 e 14 de Setembro de 2007, coincidindo com a minha viagem a Praga, contudo pude marcar presença no primeiro dia e que grande dia foi….
Início à hora marcada na Sé do Porto, todos atletas compareceram a horas e o momento foi devidamente retratado. A saber os nomes dos participantes: Valente (organizador chefe), Vítor Silva (VitorKorov), Jorge Almeida (Gigantones), Leite, Gouveia, Eu mesmo e dois convidados Luís e Jorge.
Logo à partida as indicações não eram as melhores, o que sabíamos depois de diversas horas de pesquisa na Net e diversos contactos telefónicos efectuados pelo Organizador era que tínhamos de seguir as setas amarelas. Quais setas ???? de que tipo?? Onde começam ????
Após os atrasos do costume, lá fomos dando com o caminho e de facto as setas estão na estrada para quem as quer ver.
O passeio decorria a bom ritmo em percurso de estrada, até que finalmente entramos no trilho que gostamos para os lados de Gião, deparamo-nos com uma ponte românica.
O Organizador insistia em tomar as rédeas do passeio, dando indicações constantes, média a fazer, pontos de observação, etc, um espectáculo….
Finalmente uma placa digna de registo.
A folia era muito e energia não faltava, até dava para fazer o pino.
O caderno das anotações, com detalhes pormenorizados do itinerário que estava a ser feito, não me foi entregue pelo que não posso fazer um relato fidedigno.
Por diversos locais que passamos (Juntas de Freguesia, Igrejas, Café,…) havia a preocupação em carimbar o passaporte entregue na Sé do Porto, com a finalidade de provar a hora e data de passagem, para que a chegada fosse entregue o tão almejado diploma, comprovativo que os caminhos de Santiago haviam sido efectuados com sucesso. Antes do almoço, houve tempo para tudo, esconder bicicletas nos campos de milho, partir óculos de sol, roubar uvas, remendar furos sucessivos, etc.

















Importa referir a grande preocupação do meu amigo Paulinho Leite em gerir todo o seu farnel, com sucessivas perguntas ao seu personall trainer (Luís), tipo: - posso comer está barra? Está na hora do Gel? Quando é que posso comer está frutinha? ….
Como se pode ver nas fotos cruzamo-nos com diversos peregrinos, que optaram por percorrer os ditos caminhos a pé de mochila às costas e sozinhos, se alguém precisar de meditar não deve haver melhor, mas para nós tinha de haver barulho.
Houve uma paragem para retemperar forças em que alguns dos participantes, conforme retrata a foto, já com saudades de casa, resolveram fazer uns alinhamentos duvidosos, e se assim foi logo pela manhã, imagino nas pensões à noite, onde tiveram de partilhar a cama. Ainda bem que não fiquei para dormir…
A amizade era tanta que os nomes iniciais foram trocados, e passamos a fazer o percurso com o Litos, o Vitinha, o Marito, o Paulinho, o Zé, o Jorge, o Luís e o outro Jorge.
Chegada a Barcelinhos em alta, espírito elevado e grande forma física para almoçar, a sugestão de não sem quem, fomos perguntar aos bombeiros da terra, aonde devíamos ir comer. Pois bem começou a barracada.
Fomos atrás de uma ambulância a uma velocidade louca pela localidade, sem necessidade nenhuma, o que aumentou o cansaço. A indicação do restaurante prometia, mas depois de muita espera pela comida, ainda fomos contemplados com um frango para cada um, não sendo aquilo que pedimos, com clara intenção de nos espetarem a faca.




Depois de um intervalo enorme, procuramos o mecânico local, para consertar, imaginem só a melhor bicicleta que se encontrava em cena, uma Scott, cujo valor justifica dormir com ela na nossa cama.
A paragem foi aproveitada para tirar uma soneca, deitados na calçada.
De tarde veio o melhor, mas também o mais duro, devido a tanto atraso, tivemos de aumentar o ritmo do pedal e foi-lhe dar forte feio.

A chegada a um belo rio, originou que eu e o Vítor nos fossemos refrescar, com belos mergulhos, imagem que originou inveja aos restantes participantes que por não terem um corpo tão esbelto como o meu, tentaram provocar moça, mas como tenho ido às aulas de defesa pessoal, consegui-me libertar de todos, sem grandes mazelas.
Faltava pouco para a chegada a Ponte de Lima, e mais uma vez o azar bateu-nos à porta, o Litos conseguiu partir a corrente e o desviador ao mesmo tempo.
Apesar da presença de dois bons mecânicos, só a corrente deu para consertar, e lá teve o Litos de fazer os restantes Km’s sempre na mesma mudança.
Chegada a Ponte de Lima, tarde e a más horas, mas a recepção não podia ser melhor, com uma noite quente e festas na localidade, devidamente iluminada a rigor. Segundo o meu conta-Km´s foram 104, com médias de 17 Km/h, e cerca de 6 horas a pedalar.
Ainda estava reservado mais uma surpresa para essa noite, com o empate da Selecção Nacional, e o murro do Scolari, que deu motivo de conversa para mim, o Zé Lopes e o Mendes até ao regresso ao Porto.
O resto do passeio ainda teve muitas histórias, mas infelizmente não posso ser eu a contá-las.
Para o ano quero fazer os caminhos na integra e se possível acompanhado de todos os Sprinters.
Apenas resta-me dizer que o meu grande amigo Vítor, caiu no ultimo dia e magoou-se com uma certa gravidade, o que o vai deixar afastado por algum tempo destes passeios, rápidas melhoras para ele e pensamentos positivos.

6 comentários:

SprintVito disse...

de criar inveja...
se puder para o ano vou, sempre quis fazer um passeio destes.

Anónimo disse...

Viva.
Depois deste relato tão pormenorizado e esclarecedor, qualquer um consegue imaginar o excelente dia que passamos.
No meu caso, apesar do todo o infortúnio posso dar graças não estar entravado numa cama e ao ler a tua crónica ainda conseguir sentir alegria por ter participado neste magnifico passeio cheio de aventuras, com companheiros e excepcionais e que me deixou marcas para toda a vida.
Estou certo que a tua (Marito) presença nos outros dias fazia a diferença e que vais adorar completar a viagem para o ano.
A todos OBRIGADO pelo apoio que me deram e a alguns pela paciência que tiveram comigo.
Foi excelente.
PS – quando recuperar estão todos convidados a vir almoçar a minha casa.
ABRAÇO

Anónimo disse...

Pois bem meu amigo Marito de facto tenho-te a dar os parabéns pela excelente crónica relativa ao primeiro dia de peregrinação a Santiago, conseguiste transmitir o sentimento vivido nesse dia.
De facto também partilho da mesma opinião do (MEU AMIGO) Vitor, que deverias ter continuado com a gente, de qualquer forma para o proximo ano terás essa oportunidade.
Mais uma vez parabéns por essa tua veia jornalistica. Um Abraço.
P.S. espero que para a proxima não te esqueças de mim. E ve lá se organizas mais passeios.
Zé Gouveia

Anónimo disse...

Congratulo-me por pertencer ao elevadíssimo grupo que percorreu os caminhos de Santiago desde a cidade invicta. Não existem adjectivos para qualificar as características da experiência vivida, e espero poder repetir a façanha com tão ilustres acompanhantes, bem como com outros da mesma estirpe.
Desejo as melhoras ao BITARO, com esperança de poder a voltar a confraternizar com ele em passeios de bike.
No que concerne ao Marito, exijo que concluas o trajecto numa próxima oportunidade.
Abraço a todos os que participaram.

Mário disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

para começar, peço desculpa pelo atraso do comentário, devido a problemas técnicos.
Agora ao que realmente interessa, roam-se de invesja quem não foi e leu a descrição do 1º dia. Imaginem os restantes dias!!!!
Como mentor do passeio, tenho a dizer que fiquei triste, não obstante as aventuras e os momentos juntos de amigos, já que partimos oito, ficamos sem um amigo ao final do primeiro dia (MARITO. tinha coisas melhores para fazer) e outro amigo (VITORKUROV) com a catedral de Santiago à vista (este bem mais grave).
Chegarmos a Espanha sete amigos e termos regressado a Portugal seis, deixando um no hospital, entrevadinho nas urgências, com enfermeiras boas ao seu redor, é triste.
Espero que no próximo ano, alguém tenha a iniciativa de fazer outro passeio, para apagar das mentes dos intrépidos Betetistas que fizeram parte do passeio deste ano, episódio tão negativo.
Um abraço a todos e desculpa ao VITORKUROV por não o ter ido visitar mais vezes.
LITOS